sexta-feira, 13 de março de 2009

O caos no Serviço Nacional de Saúde...

Fizeram-se muitas reformas ultimamente.Desde que acharam que o S.N.S., era uma máquina muito pesada, despesista, com instalações e urgências a mais para tão poucos doentes, resolveram cortar o mal pela raiz.
Começaram lentamente a encerrar SAP de Centros de Saúde, urgências de hospitais a reduzir lotações para internamentos, a fazer contratos com menos custos de aquisição de material para consumo nas unidades de saúde de qualidade duvidosa e reduziram os profissionais ou mantiveram os mesmos para um aumento de afluência de utentes aos hospitais centrais.

Trabalho num hospital central, e tenho a noção que desde os administradores, os directores ao ministério da saúde, TODOS eles percebem menos de gestão do que eu, um "mero" Enfermeiro, senão vejamos:

  • Ao fazerem o reajuste dos SAP e das urgências dos pequenos hospitais, será que não pensaram que os Hospitais centrais, de uma maneira geral apresentavam sinais de ruptura, que o nº de profissionais/nº de doentes admitidos, seriam insuficientes para corresponder à solicitação pedida/necessária.

  • Os internamentos nos Hospitais centrais de pessoas com diagnósticos menos graves aumentou.

  • Na deslocalização dos familiares desses doentes para visitarem os mesmos e por conseguinte diminuição da sua produtividade nos seus empregos(para o país) dado o tempo dispêndido para a atenção devida aos seus familiares.

  • Na falta de vagas para internar os doentes e por conseguinte uma tentativa de distribuição dos doentes pelas vagas existentes no Hospital e não tendo o cuidado de internar pelas especialidades médicas, com consequências visiveis no dia a dia. Um qualquer leigo da área da saúde perceberá que um doente de foro cirurgico, não deverá estar ao pé de um doente com uma infecção respiratória, pelo risco de infecção da ferida cirurgica com consequente atraso na sua alta e aumento dos custos de internamento.

  • As comissões de escolha de materiais, nem sequer é constituida pelas pessoas que usam os mesmos, sendo escolhidos somente no preço, sem pensar na qualidade,durabilidade e sem saberem por exemplo que um profissional que use luvas de latex de baixo preço mas que estas se rasguem com frequência, terá que gastar outro par de luvas, e mais outro se for preciso.

  • Poder-se-ia poupar, poderia ter sido estruturado de outra forma o fecho de algumas unidades de saúde adaptando-as e utilizando-as para unidades de cuidados paliativos, convalescença de retaguarda aproveitando os espaços desopcupados.

....... E muitas mais ideias teria eu para economizar sem diminuir a qualidade dos cuidados prestados a todos.

PENSO QUE QUALQUER GESTOR NÃO GOSTARIA QUE UM ENFERMEIRO FIZESSE ERRADAMENTE UM PROCEDIMENTO, QUE O PREJUDICASSE.EU TAMBÉM NÃO GOSTO!


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